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Recomendações Básicas de Projeto para Transportadores – Estrutura do Transportador – Esteiras Modulares

RECOMENDAÇÕES BÁSICAS DE PROJETO PARA TRANSPORTADORES – ESTRUTURA DO TRANSPORTADOR - ESTEIRAS MODULARES

Diferentemente dos transportadores baseados em correntes das séries B-top e B-flex, os sistemas com esteiras modulares plásticas oferecem maior flexibilidade de projeto, principalmente no que se refere à largura útil do transportador. Essa flexibilidade influencia diretamente a forma construtiva do equipamento, exigindo atenção especial em aspectos como dimensionamento estrutural, definição de suportes e guias laterais, além do comportamento da esteira durante a operação.

A seguir, os principais aspectos construtivos e de projeto serão abordados em duas partes:

1.       Considerações de Layout – Esteiras Percurso Reto

2.       Considerações de Layout – Esteiras Percurso Curvo

3.       Esteiras Modulares Percurso Reto - Forma Construtiva da Via de Transporte

4.       Esteiras Modulares de Percurso Curvo – Forma Construtiva

5.       Esteiras Modulares Roletadas

6.       Vias de retorno para superfícies emborrachadas ou taliscadas.

 

1.       ESTEIRAS MODULARES PERCURSO RETO - Considerações de Layout:

Nos percursos retos, os modelos das séries 127, 152, 254 e 500 são amplamente utilizados por oferecerem maior variedade de configurações — incluindo diferentes superfícies de trabalho, taliscas, aletas laterais e tratamentos de superfície. Essa versatilidade torna essas séries especialmente indicadas para aplicações em aclives, declives, transferências com barras de contorno (quando possível uso de passo reduzido), bem como em transportadores longos que exigem maior capacidade de carga.

O comprimento máximo dos transportadores com esteiras modulares depende de diversos fatores, entre eles o modelo da esteira modular utilizada, condições do ambiente fabril (temperatura, umidade, abrasividade) e o tipo e peso do produto transportado

Importante: A força de tração admissível para esteiras modulares é especificada em kgf por metro de largura útil da esteira. Portanto, ao comparar a Tensão Calculada da Esteira (Tc) com a Tensão Admissível (Tcadm), deve-se considerar corretamente a largura aplicada do transportador. Entretanto, de forma geral, recomenda-se que os trechos não excedam os seguintes comprimentos:

·         Até 15m para velocidades até 50m/min;

·         Até 25m para velocidades de até 30m/min;

·         Acima de 25 metros apenas para velocidades até 15m/min;

 

2.       ESTEIRAS MODULARES PERCURSO CURVO: Considerações de Layout

Em aplicações com mudanças de direção, os transportadores modulares podem incorporar trechos curvos, permitindo o desvio de fluxo de produtos com economia de espaço e flexibilidade de layout. Para essas situações, devem ser utilizadas esteiras modulares articuladas, como as séries 254C e 381C, projetadas especificamente para curvatura contínua com raio mínimo especificado.

As esteiras curvas apresentam maiores perdas por atrito que os modelos retos, devido às forças radiais direcionadas ao interior da curva. Além disso, as forças de tração se concentram na borda externa da esteira, especialmente na saída da curva, o que exige atenção especial no posicionamento do acionamento e na limitação do número de curvas por sistema.

O raio mínimo interno (Ri) da curva é função direta da largura da esteira (L). Respeitar esses limites é fundamental para garantir o correto funcionamento mecânico da esteira e evitar sobrecarga estrutural nos elos.

Série 254C Ri 2,2 e 381C: Raio interno mínimo = 2,2 × L, com largura máxima de 1.500 mm
Série 254C Ri 1,7: Raio interno mínimo = 1,7 × L, com largura máxima de 740 mm
Para garantir o acionamento eficiente e o alinhamento adequado dos pinos, é necessário que as engrenagens sejam posicionadas em trechos retos, onde as forças estão distribuídas de maneira uniforme. Tanto no acionamento quanto no retorno os trechos retos devem ter uma extensão suficiente para que a esteira esteja tensionada e os pinos fiquem paralelos ao eixo de retorno. As distâncias mínimas recomendadas em função da largura da esteira (L) são:

Retorno: comprimento mínimo de 1,5 × L
Acionamento: comprimento mínimo de 2,0 × L
Além disso, para reduzir a tensão acumulada no sistema, recomenda-se minimizar os trechos antes da curva e maximizar os trechos após a curva. Nos casos de transportadores com duas curvas em sentidos opostos, formando um "S", é essencial garantir que a força de tração seja redistribuída uniformemente no trecho entre as curvas, evitando deformações e sobrecargas localizadas. Recomenda-se, para isso, prever um trecho reto mínimo de 2,0 × L entre as duas curvas, assegurando estabilização da esteira e uma transição suave das forças de tração da borda externa para a borda oposta.

A resistência nominal das esteiras curvas tende a aumentar com a largura, pois o menor ângulo entre módulos permite a distribuição da carga em mais elos. Em aplicações com cargas elevadas, pode-se considerar a utilização de hastes metálicas para aumentar a rigidez da esteira.

A qualidade construtiva do transportador também é essencial, principalmente no que se refere a:

  • Acabamento das guias de desgaste, que devem apresentar baixa rugosidade e baixo atrito;
  • Contenção da esteira na via de retorno, por meio de guias inferiores ou aletas;
  • Partida e parada suaves, evitando impactos nas áreas de transição.
      

3.       ESTEIRAS MODULARES PERCURSO RETO: Forma Construtiva da Via de Transporte

A forma construtiva dos transportadores de esteiras modulares plásticas se assemelha, em muitos aspectos, aos transportadores multi-vias das séries B-top, especialmente na utilização de sistemas de apoio do tipo soleiras. Esses sistemas consistem em conjuntos estruturais compostos por perfis de aço inoxidável ou alumínio, revestidos por guias de desgaste em polietileno de alta densidade (PEAD).

Como alternativa, pode-se adotar o uso de perfis tipo serpentina, que também são apropriados tanto para as vias de transporte quanto para os retornos em transportadores retos, e para os retornos em transportadores curvos.

Entretanto, nas vias de transporte das seções curvas, a construção se difere significativamente: em vez das tradicionais pistas usinadas em UHMW, são utilizados perfis direcionadores do tipo “F”, que guiam lateralmente a esteira modular ao longo do percurso superior.

Folgas e Perfis de Desgaste: É fundamental garantir folgas laterais adequadas entre a esteira modular e as estruturas adjacentes do transportador. A ausência de folga pode resultar em atrito excessivo, desgaste acelerado e até travamento da esteira, comprometendo a operação. O alinhamento correto dos perfis de desgaste também é essencial para garantir suporte uniforme e minimizar os pontos de atrito ao longo do percurso. A folga deve ser dimensionada considerando a expansão térmica da esteira, conforme a fórmula abaixo:

G: Folga entre Esteira e Guias;

G = Ltmax + 5mm

Ltmax: Largura da Esteira em sua máxima temperatura

Ltmax = L * CET * DT

Onde:

G: Folga entre Esteira e Guias

L: Largura da esteira em temperatura ambiente

DT: Variação de temperatura

CET: Coeficiente de expansão térmica

Wtmax: Largura da esteira em temperatura máxima

 Soleira: A soleira dos transportadores retos pode ser montada com pistas paralelas (adequadas para cargas de até 50 kgf/m²) ou em formato de cunha (recomendado para cargas superiores). A distância entre as pistas paralelas deve ser de aproximadamente 50 mm, e não deve ultrapassar 150 mm. No percurso de retorno, a distância entre pistas pode ser ampliada para até 200 mm, desde que não comprometa o suporte da esteira. Correntes de passo menor (como séries 127 e 152) exigem maior frequência de apoio, enquanto esteiras de passo maior (como a série 500 ou 500FL) permitem espaçamentos mais amplos. As pistas devem possuir superfície plana e livre de rebarbas ou arestas, a fim de garantir deslizamento adequado da esteira. Podem ser fabricadas em aço inoxidável polido, ou em materiais estruturais alternativos revestidos com PEAD, UHMW ou Teflon.  Perfis plásticos de deslizamento devem ser fixados sempre na extremidade oposta ao sentido de movimentação, com uma folga entre os perfis adjacentes para permitir a expansão térmica. Recomenda-se que a união dos perfis de deslizamento plástico seja realizada com uma defasagem mínima de 100 mm em relação a emenda do perfil metálico

 

4.       ESTEIRAS MODULARES PERCURSO CURVO: Forma construtiva da soleira com perfil serpentina e guia lateral “F”:

Nas esteiras curvas dos modelos 254C e 381C, recomenda-se a utilização de soleiras fabricadas com perfil serpentina. Essa solução permite uma adaptação flexível da geometria do transportador, e, se necessário, a inserção de uma maior quantidade de perfis de suporte. Nas laterais, é indispensável a utilização de guias laterais direcionadoras tipo “F”. Esses perfis são instalados nas chapas laterais do transportador e percorrem toda a extensão do trajeto superior, garantindo o alinhamento da esteira nas curvas. A seleção do perfil deve ser compatível com o modelo da esteira utilizada, como por exemplo:

o   Série 254C: Código 003064

o   Série 254C Tab: 005595

o   Série 381C: 005590

o   Série 381C Tab: 005595

 

5.       ESTEIRAS MODULARES ROLETADAS: Vias de Transporte e Retorno Serie 500 FL Roletada: 

Vias de Transporte e Retorno Serie 500 FL Roletada: Trata-se de um sistema destinado ao desvio lateral de produtos com fundo plano para fora da esteira, ou ao giro e alinhamento de produtos junto à borda do transportador. Na pista superior, a escolha da superfície de apoio depende do tipo de roletes adotados. Quando se utilizam roletes livres, recomenda-se o uso do perfil PRI30-30, que proporciona apoio contínuo e baixo coeficiente de atrito. Já nos casos em que são empregados roletes acionados, a via superior deve ser composta por uma placa contínua plana em polipropileno, com espessura mínima de 25 mm, apoiada estruturalmente a cada 400 mm, garantindo resistência e estabilidade operacional. Na via de retorno, podem ser utilizados roletes usinados com largura de 16 mm, ou, alternativamente, uma pista contínua com perfis PRI30-30. Também é possível adotar uma configuração combinada de roletes e perfis, desde que respeitados os critérios de suporte e alinhamento adequados ao tipo de esteira utilizada.

 

 6.       ESTEIRAS MODULARES TALISCADAS: Via de Retorno para Superfícies Emborrachadas ou Taliscadas:

Recomenda-se que o sistema de suporte no trecho de retorno seja projetado de forma a apoiar preferencialmente as extremidades da esteira, evitando contato direto com a região central dos módulos. Essa configuração minimiza o desgaste prematuro dos módulos emborrachados e das taliscas, aumentando a vida útil do equipamento. Em aplicações com esteiras largas, especialmente aquelas com largura superior a 600 mm, pode ser necessário incluir apoios centrais adicionais, distribuídos de forma a garantir rigidez sem comprometer a integridade dos componentes. As áreas sem taliscas permitem a instalação de guias separadoras ou a adoção de pistas deslizantes no trecho de retorno.

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